terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os Mercenários (The Expendables)

EUA / 2010 / 103 mim
Em um dos primeiros cartazes divulgacionais lia-se a seguinte frase:
"The most awesome action cast ever assembled'
Em outras palavras, um sonho tornando-se realidade para todos os fãs da geração dos filmes de ação.

O eterno Rambo... O divino Rocky Balboa! Sylvester Stallone volta ambicioso, atuando e dirigindo um audacioso filme, reunindo praticamente todos os atores dos bons filmes de ação dos anos 70, 80 e 90.
Aos 64 anos de idade, mostra que sua influência na cultura popular está longe de terminar.

Porém é com profundo pesar que tenho que confessar:
"Os Mercenários é um filme ruim!"

Um grupo de mercenários profissionais é escalado pelo Mr. Church (Bruce Willis) para eliminar um ditador em uma remota ilha. Ao ver a complexidade da missão, eles desistem, deixando para trás Sandra (Gisele Itié), uma rebelde que busca liberdade de seu povo. Barney (Stallone) é estranhamente contaminado por compaixão e decide voltar para resgatá-la, numa busca de redenção de espírito.

As cenas de luta não surpreendem; a câmera está sempre muito perto e é difícil entender o que realmente está acontecendo.
A equipe está sempre bem armada com pistolas, metralhadoras, bazucas, granadas, facas de todos os tamanhos e etc. Em quase todas os combates, eles usam artes marciais e ao mesmo tempo, mandam bala em todo mundo. Me faz pensar: Qual o sentido de lutar com os punhos e pernas, se você tem uma arma e vai matar o adversário de qualquer jeito? É curioso ver uma sequência de socos estilosos seguidos de um tiro na perna, acompanhado de um chute no pescoço, de um braço quebrado, e por fim um tiro na cabeça.

O filme tem um forte apelo para o lado da comédia, mas também falha. Algumas cenas e diálogos são bons, mas nada que mereça destaque (exceto a memorável cena em que o governador Arnold Schwarzenegger contracena com Stallone e Willis. Essa talvez seja a melhor cena de todo o filme, além do diálogo mais engraçado, no qual conversam o tempo todo fazendo referência a suas vidas reais).

A história também não tem muito sentido. Talvez ao reunir o vistoso elenco, história fosse o de menos a ser considerado (eu mesmo, confesso que quando soube do filme em 2008, pensei: "Qualquer coisas que esses caras disserem e fizerem no filme, vai estar bom!").

O nome original, The Expendables (literalmente traduzido, "os descartáveis") é um termo que foi usado em Rambo II, pelo próprio Stallone, quando explica a Co Bao (a moça do colarzinho) que é escolhido para as missões por ser "descartável". Ela, que não entende inglês direito, pergunta o significado da palavra, e ele, sabiamente conclui explicando que é como ser convidado para uma festa e não ir; não fará diferença pois ninguém sentirá sua falta.

Quanto aos detalhes, preste atenção no freezer da cerveja Itaipava na cena do restaurante e na rápida aparição do soldado Antônio Rodrigo Nogueira (o Minotauro, do UFC).

Concluo que Os Mercenários foi para Stallone uma nostálgica reunião de amigos e uma cômica homenagem aos filmes de ação do passado.

Contudo, mercenários é obrigatório para quem se divertiu (ou se inspirou, como eu) nos filmes de ação das décadas de 80 e 90.

Stallone já anunciara a continuação antes mesmo do filme estrear, prometendo ainda mais monstros no elenco.
Kurt Russell, Steven Seagal e Jean-Claude Van Damme foram convidados para o primeiro mas infelizmente recusaram. Vamos torcer para que mudem de ideia na sequência.


Nota: 4

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