segunda-feira, 14 de março de 2011

A Rede Social (The Social Network)

USA / 2010 / 120 mim
Em 2010 o Facebook atingiu 500 milhões de usuários em todo o mundo. Isso representa quase 9% de toda a população mundial. A Rede Social conta como Mark Zuckerberg se tornou o mais jovem bilionário de todos os tempos.

Revoltado com a namorada, o estudante de Harvard Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) corre para seu apartamento e, em poucos minutos, hackeia a rede da universidade e cria um site que permite aos usuários darem nota às universitárias, com base em suas fotos. Em apenas duas horas derruba a rede inteira de Harvard, com impressionates 22000 acessos.
Em meio à críticas e elogios que recebe, é procurado pelos irmãos Winklevoss (Armie Hammer) e Divya Narendra (Max Minghella) para ajudá-los na criação de uma rede social exclusiva de Harvard. Zuckerberg rouba então a ideia e, com a ajuda de seu amigo Eduardo Saverin (Andrew Garfield), cria o website "The Facebook" que vira sucesso instantâneo.

Não linear, o filme transita entre um julgamento - no qual Zuckerberg é o réu - e flashbacks explicativos que, gradativamente, ligam as pontas da trama. Confesso que, assim como muitos, não tinha nenhuma expectativa pelo filme. Mais uma vez aprendi que não se deve fazer julgamentos precipitados.

O diretor David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button, Clube da Luta) acerta mais uma vez e consegue nos apresentar outro filme com um roteiro excelente. Vai muito além da ideia proposta (a criação do Facebook) e adentra aos ambiciosos anseios de uma moderna geração, onde só ganhar dinheiro não é o suficiente. Fincher implica que a busca pelo reconhecimento (status) vem à frente até mesmo de princípios morais. Explica isso expondo a genialidade e arrogância do protagonista que, já no início do filme, expõe sua necessidade de se sobressair. A participação de Sean Parker (Justin Timberlake, blah!), o falido e drogado criador do Napster, mostra que o oportunismo e o egoísmo são características desse meio abordado.

Jesse Eisenberg merece reconhecimento e respeito por sua atuação (mas não a indicação ao Oscar); com sua cara imparcial e suas expressões devaneantes, retrata fielmente o Zuckerberg proposto pelo diretor. Andrew Garfield (o novo Homem-Aranha) também se destaca na atuação e consegue, com boa naturalidade, ser o mocinho da história (a cena do laptop é MUITO boa).

Há muita controvérsia sobre a veracidade de todo o filme; Mark Zuckerberg afirma que "quase" tudo é inteiramente ficcional e apenas confirma que ele criou o Facebook com Dustin Moskovitz e Eduardo Saverin durante o período em que estiveram em Harvard. Diz também que a ex-namorada do início nunca existiu e que não roubou a ideia dos irmãos Winklevoss e Narendra. Já o diretor diz que o filme é bastante preciso e, o escritor, Aaron Sorkin, disse que não há nada de ficção e a história foi apenas dramatizada. Segundo eles, o filme é todo baseado nos depoimentos dos requerentes do caso.

Não há muito mais o que dizer sobre A Rede Social; mesmo sem incitar profundas reflexões (salvo à sublime cena final), é um ótimo filme que supera seu simples enredo. Nem é preciso falar sobre a habilidade de Fincher em apresentar uma fotografia melancólica e sem muitas cores, acompanhada de uma trilha sincronizada com maestria. Todo esse empenho para dizer de forma sutil que, para se dar bem na vida, você não precisa ser bonzinho.

Aclamado pela crítica, com 8 indicações ao Oscar (algumas merecidas e outras não) e com 3 premiações (algumas merecidas e outras não), o filme acaba sendo uma obrigatoriedade. É ainda um belo retrato da cultura contemporânea.

Curiosidades: 

Mark Zuckerberg
O filme foi baseado no livro Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook (The Accidental Billionaires: The Founding of Facebook A Tale of Sex, Money, Genius and Betrayal) escrito por Bem Mezrich em 2009 e, assim como no livro, Mark Zuckerberg não teve envolvimento algum com a adaptação de sua biografia.

Mark Zuckerberg, contrariado com o filme, planejou nunca assistí-lo. Eventualmente, acabou cedendo e disse que, afora as incoerências do filme, acertaram em sua maneira de se vestir.

Para o papel de Cameron e Tyler Winklevoss (os gêmeos idênticos) o diretor David Fincher, não satisfeito com os candidatos na seleção do elenco, decidiu usar o ator Armie Hammer para ambos os papéis e, usando computação gráfica, substituiu digitalmente do rosto do ator que dividia as cenas com ele, por achá-lo mais parecido com os verdadeiros irmãos.

Eduardo Saverin é brasileiro. Nasceu em São Paulo em 1982 e mudou-se com sua rica família para Miami em 1990. Estudou Economia e atuou como presidente da Associação de Investimento de Harvard, onde ficou conhecido por lucrar mais de 300 mil dólares apostando no mercado do petróleo.

Frase:
"A guy who makes a nice chair doesn't owe money to everyone who has ever built a chair".

NOTA: 8

Classificação IMDB

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