domingo, 3 de abril de 2011

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (World Invasion: Battle Los Angeles)

2011 / USA / 116 mim
Desde os primórdios da humanidade já se falava no fim do mundo; diversas culturas tinham suas diferentes interpretações, mas sempre com um desfecho trágico. Religião, filosofia e ciência sempre profetizaram a extinção do homem; fosse ela através da batalha divina, ambição do pensamento humano, ou catástrofes naturais, o fim era sempre eminente. Estamos inclusive condenados já agora em 2012, segundo as interpretações do calendário Maia. Mas a questão principal é que, mesmo se sobrevivermos a esse presságio, não devemos durar muito, nas condições que o planeta está rumando. Mas como a tragédia é poesia, a literatura e o cinema deslancham com medonhas histórias calamitosas. E nem é preciso conhecer muito para saber que a arte da catástrofe está na moda.

Vida extra-terrestre também é um tabu antigo. O seres que eram retratados com cabeças e olhos grandes (muitas vezes apelidados de "homenzinhos verdes") já não mais alimentam os olhos dos contemporâneos espectadores. A tecnologia dos efeitos especiais já é capaz de acompanhar a imaginação dos produtores. Por isso é sempre interessante ver qual serão as novas concepções alienígenas e de que maneira elas irão nos destruir (afinal, das muitas histórias criadas até hoje, em quase todas, eles são perversos inimigos... ahhh que saudades do bom E.T. que tudo o que queria era ligar pra casa).

Considerado um dos precursores do tema, H.G. Wells publicou Guerra dos Mundos em 1898 e, desde então, abriu grandes portas para inventivas mentes. Tomemos como exemplo o ilustre cineasta Steven Spielberg; além dos muitos filmes do gênero que concebeu em sua carreira, está produzindo duas promissoras séries para este ano: Falling Skies (junho) e Terra Nova (novembro). Ambas propõem acontecimentos funestos para a raça humana. E isso que já vêm de muitos anos, não parece, de maneira alguma, estar perto do fim.

Em Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles, estranhos objetos, acreditados serem meteoritos, caem nos oceanos próximos à várias cidades do mundo. Logo surgem das praias criaturas hostis que buscam a eliminação da raça humana para colonizarem o planeta. É quando o veterano Sargento Nantz (Aaron Eckhart), em seu último dia de trabalho, recebe um chamado urgente para resgatar sobreviventes de um hospital em meio a um local devastado em Los Angeles. Ele e seu batalhão não demoram a entrar em cerco com as rápidas e bem equipadas criaturas. E para complicar ainda mais, eles dispõem de poucos minutos para evacuarem a área, que será bombardeada pelas forças do governo, numa medida desesperada de conter os invasores.

As primeiras fotos da divulgação do filme me conquistaram. Achei os arcos de fumaça dos ataques (foto do cartaz) fascinantes. Os trailers me pareceram fantásticos e garantiram todo meu entusiasmo na compra do ingresso do cinema. É triste, depois de toda essa empolgação, ter tamanha decepção.

Logo no início o filme já decepciona com a pressa e o desespero de apresentar os personagens e suas histórias. Quando começam os tiros e ataques, é difícil ver os aliens e a invasão em si; as imagens são mostradas através do que as pessoas vêem nos noticiários e das lentes dos snipers. Quando aparecem, estão em desfoque, muito longe, ou em meio a fumaças e explosões. Os tiros alienígenas da primeira batalha têm um efeito sonoro muito bom e é legal ver seus os projéteis e estilhaços corroerem as roupas e causarem horríveis ferimentos. O problema é que tudo isso desaparece depois; os tiros perdem o interessante efeito sonoro e não causam o mesmo dano.

O excesso de patriotismo e altruísmo cansa. O fim do mundo é eminente em todo o filme e, mesmo assim, os personagens evoluem o heroísmo cada vez mais. Não seria tão ruim se não fosse tão demasiado e forçado.

Os aliens não chamaram muito minha atenção. Gostei, contudo, de suas armas serem cirurgicamente implantadas no corpo (isso desperta questões sociais do planeta deles). Mas isso acaba sendo incoerente, já que eles têm aeronaves drones (que não necessitam de pilotos). O canhão que solta os mísseis legais (aqueles que saem entrelaçados) é totalmente desajeitado e inviável. Fica então concluível que, ao mesmo tempo que gozam de tecnologia avançada, são muito primitivos.

Quanto ao elenco, pelo amor de Deus! Tirem as malditas armas das mãos da Michelle Rodriguez! Chega de papel de mulher durona! Não dá mais... Não dá! Além de filmes e seriados fazendo o mesmo papel, até dublando jogo de tiro ela está. Outra coisa, Ne-Yo fazendo filme? Bem, é melhor não comentar.
Ainda bem que temos Aaron Eckhart para ofuscar um pouco esses tantos detalhes. Sua atuação é ótima e um dos pontos altos do filme.

Em síntese, é fato que os 70 milhões de dólares gastos na produção poderiam ter sido melhor empregados. O título do filme insinua continuações; seria brilhante ver Invasão do Mundo se tornando uma franquia. Com filmes melhores, é claro.

Curiosidades:

Os trailers do filme são excelentes; no segundo se ouve "The Sun's Gone Dim And The Sky's Turned Black" de Johann Johannsson em meio às cenas trágicas... Poesia!

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles foi o primeiro filme exibido no Brasil com a tecnologia 4K, o sistema mais moderno de projeção do mundo, desenvolvido pela Sony. A resolução alcança 4096h x 2169v, totalizando 8.847.360 pixels (a versão anterior, a 2K, alcançava 2048h x 1080v com 2.211.840 pixels, sendo aproximadamente quatro vezes menos que a nova). A exclusividade é da rede de cinemas UCI.

Durante a cena de batalha no viaduto, é possível ver uma grande placa com propaganda do jogo Resistance 3 que sairá em 2011 para o PlayStation 3 (o filme foi financiado pela Sony Pictures). O jogo é um FPS (first person shooter) de invasão alienígena.

Frase:

Shit! I'd rather be in Afghanistan.

Nota: 6

Classificação IMDB

Nenhum comentário:

Postar um comentário