Across the Universe



EUA / 2007 / 131 min

Jude deixa seu duro trabalho no porto de Liverpool e parte ilegalmente para os Estados Unidos na busca de seu desconhecido pai. Na universidade que o encontra, Jude conhece Max, um estudante rebelde que logo se torna seu grande amigo. Os dois partem para Nova York e dividem uma casa com Sadie e Jojo, aspirantes roqueiros. A irmã de Max, Lucy, junta-se a eles depois de seu namorado ter morrido na guerra do Vietnã. Ela e Jude se apaixonam e surge um romance perturbado pelos movimentos ativistas anti-guerra e as turbulências da época.

O título do filme e os nomes citados na sinopse são suficientes para entender que todo o filme é uma alusão ao quarteto inglês Beatles.



Para assistir Across the Universe não é necessário ser fã da banda, porém o filme não agradará tanto se você não for; agradará menos ainda se você não souber inglês. Isso se dá pelo fato de toda a história ser contata pelas músicas dos Beatles e a maioria dos diálogos serem referências das letras (os nomes de todos os personagens também são).

Ao todo são 33 músicas cantada pelos próprios atores (o que torna o filme ainda mais legal) e maioria delas foram gravadas ao vivo durante as filmagens, sem nenhuma edição pós-produção. O elenco conta também com a participação do querido Bono Vox e do ilustre Joe Cocker, ambos cantando.

A diretora Julie Taymor fez um ótimo trabalho para retratar os anos 60. A fotografia é fiel assim como os cenários e figurinos (na cena em que Prudence pede carona, por exemplo, os carros que transitam na estrada são todos antigos, inclusive o caminhão em que ela entra).

As cenas são tão malucas quanto as músicas dos Beatles, combinado animações e viagens psicodélicas entre momentos de beleza e horror.

Embora o assunto drogas seja sutilmente retratado, está presente em vários momentos do filme. Na viagem de ônibus com Dr. Robert (Bono) ao som de I Am The Walrus, os intrigantes e bonitos efeitos da confusa cena são provavelmente uma tentativa de retratar o efeito alucinógeno do LSD, a droga da época.

A guerra é o assunto central e é retratada de forma convincente. Os valores, a apreensão e as manifestações dão uma boa noção de quão triste e difícil foi a vida das pessoas afetadas. 

A cena em que Max comparece ao chamado militar ao som de I Want You é simplesmente fascinante, assim como a pesada e marcante cena de Strawberry Fields onde os morangos sangram e explodem em um contraste assustador entre arte e a guerra.

O filme está recheado de referências à maior banda de todos os tempos e de vários detalhes ocultos. Por exemplo: Quando Prudence entra na casa pela janela, Jude explica: "She Came In Through The Bathroom Window" (nome de uma música dos Beatles). Ela ser bissexual também é outro detalhe interessante; na primeira cena na qual ela aparece cantando I Want To Hold Your Hand, ela inveja um casal, desejando a mulher e não o homem (na letra ela canta olhando diretamente pra ela "... say you'll let me be your man"). 

Outra curiosidade é Sadie ser uma homenagem a Janis Joplin e Jojo ao Jimmy Hendrix.

Não é surpresa esse filme ter me agradado; se você acompanha meu blog já sabe que além de eu ser fanático por música (principalmente antigas), também sofro de nostalgia permanente (mesmo não tendo vivido nos anos 60, admiro profundamente a cultura da época e, principalmente, todo seu processo evolutivo).

Meu conforto é a vinda do Paul McCartney agora em novembro para Brasil.

Em Across the Universe a mensagem por trás de tudo é bem simples:

All you need is Love!

Nota 7