The Walking Dead

Os primeiros minutos do episódio piloto de The Walking Dead, foram suficientes para eu perceber que teria que mudar o meu Blog e passar a escrever também sobre seriados. Zumbis... Ah, zumbis!

Quem assistiu ao fantástico Extermínio (28 Days) terá uma revoltante sensação de déjà vu ao ver o primeiro episódio de The Walking Dead. Garanto, contudo, que essa sensação passará nos seguintes minutos da intrigante e sombria trama...

Rick Grimes (Andrew Lincoln), o xerife de uma pacata cidade, acorda de um coma em um hospital deserto e logo percebe que há algo de errado. Marcas de sangue, corpos cobetos e barulhos estranhos... Parte então desesperado para sua casa e se defronta com uma cidade cheia de zumbis. Como estarão então sua esposa e filho nessa bizarra realidade?

A partir dessa abrangente premissa, surge a arte. O clima apocalíptico ficou lindo; cenários vazios, cidades destruídas e infestada por mortos-vivos. A maquiagem e cada detalhe das criaturas estão simplesmente perfeitas e assustadoras (o sangue digital, contudo, infelizmente atrapalha um pouco o realismo). Logo de início, já é possível reconhecer a bela atuação de Lincoln, e ao fim do episódio, já não é mais possível imaginar outro alguém no papel. Estes são apenas alguns dos vários detalhes que tornam esta série extremante promissora.

Determinado e, ainda com seu espírito de justiça, Rick veste seu uniforme e parte em busca de sua família. Ao encontrar outros sobreviventes, percebe que as leis e regras da sociedade não são mais aplicáveis. Contudo, longe de querer bancar o herói, continua fiel à sua boa índole - mesmo com seus valores em conflito. Essa forte personalidade conseguiu me emocionar em vários momentos e, acredite ou não, me fez ter compaixão e dó dos malditos zumbis.

Como eu havia comentado na crítica de [REC], gosto sempre de ver a forma como é retratado o comportamento dos seres humanos em uma sociedade sem regras. Uma bela definição disso foi dada no excelente filme O Nevoeiro (The Mist); em uma cena em que as atitudes do grupo são questionadas, surge o seguinte diálogo:

- As pessoas são boas, decentes. Meu Deus, somos uma sociedade civilizada.
- Claro. Contanto que as máquinas funcionem e o 911 atenda. Tire isso, deixe todo mundo no escuro e assustado e as regras se vão. As pessoas vão recorrer a quem quer que ofereça uma solução. Somos fundalmentamente insanos como espécie. Coloque gente suficiente num quarto e é só uma questão de tempo até cada metade começar a imaginar maneiras de matar a outra.

Estou ansioso para ver como isso tudo será tratado no decorrer da série.
Espero, entretanto, que o seriado não perca sua qualidade conforme as novas temporadas apareçam (e conforme os produtores ficarem mais e mais ricos). Estou farto de ter que desistir de acompanhar séries que inicialmente eram incríveis e que, de repente, se tornaram desrespeitosamente insuportáveis.

Quero, daqui alguns anos, postar aqui no Blog a crítica positiva da conclusão de The Walking Dead com um bela nota 10, como merece o primeiro episódio.

O seriado é uma adaptação de uma HQ mensal criada por Robert Kirkman que é publicada desde 2003.

Gostei tanto da série que, quando terminei de assistir, importei do Amazon os 50 primeiros volumes da HQ.

O primeiro episódio, que foi ao ar em 31 de outubro, registrou recorde de audiência nos Estados Unidos, com cerca de 5,3 milhões de espectadores.

No Brasil a séria é exibida pelo canal Fox às 22h00 das terças-feiras, com apenas dois dias de atraso em relação à exibição dos Estados Unidos.

A primeira temporada terá apenas 6 episódios (guia abaixo), porém a segunda, já confirmada para 2011, terá 13.

01  Days Gone Bye (02/10/10)
02  Guts (09/11/10)
03  Tell It to the Frogs (16/11/10)
04  Vatos (23/11/10)
05  Wildfire (30/11/10)
06  TS-19 (07/12/10)